Chicago - Blues elétrico
O blues nasceu no sul dos Estados Unidos, mas foi quando ele chegou às grandes cidades, principalmente a Chicago, que seu som foi eletrificado e amplificado para dar conta das grandes plateias atraídas pelos virtuosos artistas do gênero. Conhecido como "Chicago blues", esse som elétrico teve como expoentes Muddy Waters, Willie Dixon, John Lee Hooker e B. B. King. Graças a eles, a guitarra elétrica ganhou destaque no gênero. A maior parte dos artistas que criaram essa nova sonoridade era composta por músicos negros que migraram do sul pobre dos Estados Unidos para as cidades grandes do norte, em busca de novas oportunidades. O som ao estilo de Chicago ampliou a popularidade do blues e o fez alcançar públicos fora dos Estados Unidos. Sua influência foi enorme principalmente na Inglaterra, onde os novos grupos de música jovem, como os Rolling Stones e o Led Zeppelin, fizeram a fusão desse blues elétrico com o rock.
Havana – Rumba e Salsa
A capital de Cuba é o lar dos ritmos latinos desde os anos 50, quando a rumba tornou-se uma das músicas e danças mais populares do Caribe. A rumba cubana é uma versão mais suave dos ritmos africanos praticados pelos escravos que foram levados para as ilhas caribenhas pelos espanhóis no século XVI. Com a revolução liderada por Fidel Castro e o bloqueio à ilha imposta pelos Estados Unidos, a partir dos anos 60 emergiu um "novo" ritmo cubano denominado de salsa. Mistura da música da classe operária porto-riquenha com os ritmos produzidos pelos exilados cubanos, entre eles a rumba, o mambo e outros ritmos caribenhos, a salsa funciona mais como uma definição genérica para todos esses gêneros musicais latinos.
Nova York – Disco, Punk e Hip Hop
Nova York foi o palco de um fenômeno musical e social nos anos 70 que resultou no nascimento de alguns dos mais populares gêneros da música jovem. A disco music nasceu nos bares, principalmente os frequentados pelos gays, e nos clubes noturnos da cidade, como o famoso Studio 54. Música feita para dançar, descompromissada e sensual, o disco conquistou a cidade em meados dos anos 70. O sucesso do filme "Os Embalos de Sábado à Noite" ajudou a tornar a cultura do disco music um fenômeno mundial.
Quase que simultaneamente ao surgimento da música de discoteca, seu oposto era engendrado num clube novaiorquino que se tornaria lendário, o CBGB. Foi lá que os Ramones apresentaram ao mundo os principais fundamentos do punk-rock, como gênero musical e também como movimento jovem. A new wave, uma versão mais sofisticada musicalmente e mais amena visualmente do punk, nasceu logo a seguir no mesmo berço: o CBGB, que mostrou os primeiros shows de Talking Heads e Blondie.
Ainda no final dos anos 70, outro movimento musical importante nascia em Nova York: o hip-hop. Com raízes nos sons da música negra nos Estados Unidos e no Caribe - do blues sulista ao reggae jamaicano -, o hip-hop nasceu no Bronx. Desde o começo dos anos 70, jovens imigrantes vindos da Jamaica começaram a mostrar nas ruas do bairro novaiorquino uma cultura baseada em discotecas móveis, gravações de talk-over e dub e práticas de DJs que logo transformaram-se na base do rap e do movimento hip-hop, fazendo de Nova York o berço dessa vertente da cultura jovem.
Londres – Cultura rave
Foi em Londres que o punk nascido em Nova York ganhou uma cara mais proletária e agressiva, e conseguiu ser projetado como um dos mais importantes movimentos jovens desde o surgimento do rock'n'roll. Graças ao londrino Sex Pistols, o punk projetou-se para várias partes do mundo. Foi lá também, mais precisamente nos subúrbios londrinos e nas zonas campestres próximas à cidade, que no final dos anos 80 começou a surgir uma nova vertente do comportamento e da música jovem: a cultura rave. Baseada nas diversas variações da música eletrônica, as longas festas (ou raves), muitas vezes ilegais, aconteciam em galpões ou hangares abandonados ou em áreas ao ar livre e logo transformaram-se num fenômeno mundial.
Seattle - Grunge
O rock alternativo teve um de seus momentos mais importantes quando, no fim dos anos 80 e começo da década de 90, a cidade de Seattle, no estado de Washington, tornou-se o centro das atenções da música jovem nos Estados Unidos. Esse fenômeno teve como principais responsáveis os grupos Nirvana e Pearl Jam e a gravadora independente SubPop. Foi graças a eles que um rock pesado, com forte influência do heavy metal e do punk, com letras pessimistas e uma atitude anticapitalista, tornou-se um enorme sucesso comercial e rompeu temporariamente com a tendência dançante, eletrônica e glamurosa que o rock tinha assumido desde o final dos anos 80. O suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, em 1994, marcou o fim do movimento. Apesar disso, o impacto do grunge foi tal que Seattle continua a ser sinônimo desse estilo musical na história do rock.
Manchester - Pós-Punk
Após a ruptura na música jovem provocada pelo punk, vários novos gêneros musicais emergiram, principalmente na década de 80. Muitos deles eram nitidamente influenciados pela sonoridade, atitude e niilismo do punk. Um dos locais que sediou esse movimento pós-punk foi Manchester, na Inglaterra. Desde o final dos anos 70, a cidade concentrou bandas e artistas seminais para a canção pós-punk, como Joy Division, New Order e The Smiths. Além deles, Manchester também foi o berço de bandas fundamentais para o rock alternativo e o britpop, como Happy Mondays, Stone Roses e Oasis. A maior parte desses artistas e dos movimentos pós-punk em Manchetser deu-se em torno da gravadora Factory Records e do clube Hacienda. O movimento musical em Manchester nas décadas de 80 e 90 antecipou várias tendências da música jovem no mundo, do gótico à música eletrônica, do britpop ao indie.
Ibiza - Eletrônica
A cultura rave desenvolveu-se na Grã-Bretanha, mas foi na pequena ilha de Ibiza, na Espanha, que ela encontrou seu lar ideal. Tanto que desde os anos 90 Ibiza é considerada a meca da dance music.
Raves, clubes e festivais de música eletrônica que acontecem na ilha estão entre os mais famosos do mundo. Isso tudo porque no fim dos anos 80 a cultura rave começou a ser alvo de forte repressão na Grã-Bretanha, graças ao pânico moral que o consumo de Ecstasy nas festas de música eletrônica estava causando na sociedade britânica. Por conta disso, muitos DJs britânicos encontraram nos clubes da paradisíaca Ibiza o lugar ideal para discotecarem festas onde esse tipo de hedonismo não só era tolerado como também incentivado. Desde então, a ilha tornou-se o centro mundial do techno e das variações da dance music.
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